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quinta-feira, 11 de outubro de 2007

O Menino do Semáforo



Hei!
Olhe o menino que passa
Olhe...
Nem que seja através da vidraça

Nas mãos um pacote de bala
Nos pés um chinelo gasto
Na boca...uma voz que cala
Segue todos os dias o mesmo rastro

Caminha na multidão
Procura um semáforo movimentado
Espera vender suas balas
Ganhar um mísero trocado
Ninguém o vê
Ninguém percebe
Ele nunca é notado
E ele segue...

Segue seu destino ingrato
Sem culpas
Segue sem trato
É mais um entre tantas crianças
Sem comida em seu prato
Essa é a nossa criança esperança!
Ninguém o vê
Ninguém percebe
Parece rotina de fato

Segue no sol, segue na chuva.
No verão ou no inverno
É esse o menino que passa
Olhar triste, sorriso terno.
E nós ficamos aqui
Escondidos atrás da vidraça
(Sirlei L. Passolongo)
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